Jonny Peter. Tecnologia do Blogger.

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Estranho amor

Tão estranho a forma de amar,
amamos e sentimentos ciúmes,
ciúmes bobo, muitas vezes inconveniente.
Amamos e sentimos medo,
um medo de um dia estar só, de que a pessoa amada siga em viagem sem lhe presentear com uma passagem para o mesmo lugar.
Amamos e sentimos raiva,
raiva de não sermos entendidos, como se a pessoa amada tivesse a obrigação de ter o dom da premonição, e pudesse nos compreender pelo menos naquele momento que mais estamos chateados.
Amamos e sentimos muitas vezes rejeição,
pelo simples fato de não ser notado o novo corte de cabelo, a nova roupa, a nova investida.
Amamos e nos tornamos loucos,
loucos pela felicidade a dois, um mundo colorido feito para apaixonados.
Loucos pela vida, como se o hoje fosse um dos dias dos milhões que ainda viveremos.
Tão estranho a forma de amar,
Somos muitos em um só, muitos sentimentos, muitos desejos, muitos planos...
Não quero dominar o amor, quero que o amor nos domine.
Pois amor que é AMOR, é tudo... é certeza, é companhia, é amizade, é paixão, é criança, é eterno.
Tão estranho esta forma de amar,
que me perco até nos versos mais simples de um poema,
pois tem tantas formas de se escrever sobre o amor, algumas simples outras complexas,
mas todas com o mesmo sentido,
que o amor tudo supera.

O lenhador e a raposa

Existiu um lenhador que acordava às 6 horas da manhã e trabalhava o dia inteiro cortando lenha. Só parava tarde da noite.

Esse lenhador tinha um filho, lindo, de poucos meses e uma raposa, sua amiga, tratada como bicho de estimação e de sua total confiança.

Todos os dias o lenhador ia trabalhar e deixava a raposa cuidando de seu filho. Todas as noites, ao retornar do trabalho, a raposa ficava feliz com sua chegada.

Os vizinhos do lenhador alertavam que a raposa era um bicho, um animal selvagem, e portanto, não era confiável. Quando ela sentisse fome comeria a criança. O lenhador, sempre retrucando com os vizinhos, falava que isso era uma grande bobagem. A raposa era sua amiga e jamais faria isso.

Os vizinhos insistiam:
“Lenhador, abra os olhos! A raposa vai comer seu filho”.
“Quando sentir fome, comerá seu filho!”

Um dia o lenhador, muito exausto do trabalho e muito cansado desses comentários, ao chegar em casa viu a raposa sorrindo como sempre e com sua boca totalmente ensangüentada....

O lenhador suou frio e sem pensar duas vezes, acertou o machado na cabeça da raposa...
Ao entrar no quarto desesperado, encontrou seu filho, no berço, dormindo tranqüilamente e ao lado do berço uma cobra morta!!!!!!!

O lenhador enterrou o machado e a raposa juntos.


Moral da Estória: Se você confia em alguém, não importa o que os outros pensem a respeito. Siga sempre o seu caminho e não se deixe influenciar e, principalmente, nunca tome decisões precipitadas...
O lenhador e a raposa
Existiu um lenhador que acordava às 6 horas da manhã e trabalhava o dia inteiro cortando lenha. Só parava tarde da noite.

Esse lenhador tinha um filho, lindo, de poucos meses e uma raposa, sua amiga, tratada como bicho de estimação e de sua total confiança.

Todos os dias o lenhador ia trabalhar e deixava a raposa cuidando de seu filho. Todas as noites, ao retornar do trabalho, a raposa ficava feliz com sua chegada.

Os vizinhos do lenhador alertavam que a raposa era um bicho, um animal selvagem, e portanto, não era confiável. Quando ela sentisse fome comeria a criança. O lenhador, sempre retrucando com os vizinhos, falava que isso era uma grande bobagem. A raposa era sua amiga e jamais faria isso.

Os vizinhos insistiam:
“Lenhador, abra os olhos! A raposa vai comer seu filho”.
“Quando sentir fome, comerá seu filho!”

Um dia o lenhador, muito exausto do trabalho e muito cansado desses comentários, ao chegar em casa viu a raposa sorrindo como sempre e com sua boca totalmente ensangüentada....

O lenhador suou frio e sem pensar duas vezes, acertou o machado na cabeça da raposa...
Ao entrar no quarto desesperado, encontrou seu filho, no berço, dormindo tranqüilamente e ao lado do berço uma cobra morta!!!!!!!

O lenhador enterrou o machado e a raposa juntos.


Moral da Estória: Se você confia em alguém, não importa o que os outros pensem a respeito. Siga sempre o seu caminho e não se deixe influenciar e, principalmente, nunca tome decisões precipitadas...


18 de fev. de 2011

A flor e a borboleta

Certa vez, um homem pediu a Deus
Uma flor... e uma borboleta.
Mas Deus lhe deu um cacto... e uma lagarta.
O homem ficou triste pois não entendeu 

O porque do seu pedido vir errado.
Daí pensou : Também, com tanta gente para atender... 

E resolveu não questionar.
Passado algum tempo, o homem foi verificar
O pedido que deixara esquecido.
Para sua surpresa, do espinhoso

E feio cacto havia nascido a mais bela das flores.
E a horrível lagarta transformara-se
Em uma belíssima borboleta.
Deus sempre age certo.
O Seu caminho é o melhor, mesmo que 

Aos nossos olhos pareça estar dando tudo errado.
Se você pediu a Deus uma coisa 

E recebeu outra, confie.
Tenha a certeza de que Ele sempre dá o que
Você precisa, no momento certo.
Nem sempre o que você deseja... 

É o que você precisa.
Como Ele nunca erra na entrega de seus pedidos, 

Siga em frente sem murmurar ou duvidar.
"O espinho de hoje... poderá ser a flor de amanhã !"

Parábola do semeador (Lucas 8)

1 Algum tempo depois Jesus saiu e viajou por cidades e povoados, anunciando a boa notícia do Reino de Deus. Os doze discípulos foram com ele,
    2 e também algumas mulheres que haviam sido livradas de espíritos maus e curadas de doenças. Eram Maria, chamada Madalena, de quem tinham sido expulsos sete demônios;
    3 Joana, mulher de Cuza, que era alto funcionário do governo de Herodes; Susana e muitas outras mulheres que, com os seus próprios recursos, ajudavam Jesus e os seus discípulos.
    4 Uma grande multidão, vinda de várias cidades, veio ver Jesus. Quando todos estavam reunidos, ele contou esta parábola:
    5 —Certo homem saiu para semear. E, quando estava espalhando as sementes, algumas caíram na beira do caminho, onde foram pisadas pelas pessoas e comidas pelos passarinhos.
    6 Outras sementes caíram num lugar onde havia muitas pedras, e, quando começaram a brotar, as plantas secaram porque não havia umidade.
    7 Outra parte caiu no meio de espinhos, que cresceram junto com as plantas e as sufocaram.
    8 Mas algumas sementes caíram em terra boa. As plantas cresceram e produziram cem grãos para cada semente. E Jesus terminou, dizendo: —Quem quiser ouvir, que ouça!
    9 Os discípulos de Jesus perguntaram o que ele queria dizer com essa parábola.
    10 Jesus respondeu: —A vocês Deus mostra os segredos do seu Reino. Mas aos outros tudo é ensinado por meio de parábolas, para que olhem e não enxerguem nada e para que escutem e não entendam.
    11 —O que essa parábola quer dizer é o seguinte: a semente é a mensagem de Deus.
    12 As sementes que caíram na beira do caminho são as pessoas que ouvem a mensagem. Porém o Diabo chega e tira a mensagem do coração delas para que não creiam e não sejam salvas.
    13 As sementes que caíram onde havia muitas pedras são as pessoas que ouvem a mensagem e a recebem com muita alegria. Elas não têm raízes e por isso crêem somente por algum tempo; e, quando chega a tentação, abandonam tudo.
    14 As sementes que caíram no meio dos espinhos são as pessoas que ouvem a mensagem. Porém as preocupações, as riquezas e os prazeres desta vida aumentam e sufocam essas pessoas. Por isso os frutos que elas produzem nunca amadurecem.
    15 E as sementes que caíram em terra boa são aquelas pessoas que ouvem e guardam a mensagem no seu coração bom e obediente; e, porque são fiéis, produzem frutos.

Salmo 23

O Senhor é o meu pastor e nada me faltará;
Ele me faz descansar em campinas verdejantes
e me leva a águas tranqüilas.
O eterno me dá novas forças;
e me guia no caminho certo
Ainda que eu caminhe por um vale escuro
como a própria morte, não temerei.
Pois Deus, está comigo,
Tu me proteges e me diriges.
Preparas um banquete para mim
onde meus inimigos possam ver,
Sou teu convidado de honra e
enches meu copo até a borda.
Sei que a tua bondade e o teu perdão
ficarão comigo enquanto eu viver.
E todos os dias da minha vida

morarei na tua casa.
 

O carpinteiro

Um velho carpinteiro estava pronto para se aposentar...
Ele informou ao chefe seu desejo de sair da industria de construção e passar mais tempo com a sua família. Ele ainda disse que sentiria falta do salário, mas realmente queria se aposentar. A empresa não seria muito afetada pela saída do carpinteiro, mas o chefe estava triste em ver um bom funcionário partindo e ele pediu ao carpinteiro para trabalhar em mais um projeto como um favor. O carpinteiro concordou, mas era fácil ver que ele não estava entusiasmado com a idéia. Ele prosseguiu fazendo um trabalho de segunda qualidade e usando materiais inadequados. Foi uma maneira negativa de ele terminar sua carreira.
Quando o carpinteiro acabou, o chefe veio fazer a inspeção da casa. E depois ele deu a chave da casa para o carpinteiro e disse:
-”Essa é a sua casa. Ela é o meu presente para você”.
O carpinteiro ficou muito surpreso. Que pena! Se ele soubesse que ele estava construindo sua própria casa, ele teria feito tudo diferente.
O mesmo acontece conosco.
Nos construímos nossa vida, um dia de cada vez e muitas vezes fazendo menos que o melhor possível na construção. Depois, com surpresa, nós descobrimos que precisamos viver na casa que construímos. Se nós pudéssemos fazer tudo de novo, faríamos tudo diferente. Mas não podemos voltar atrás. Você é o carpinteiro. Todo dia você martela pregos, ajusta tábua, e constrói paredes. Alguém disse que “A vida é um projeto que se você mesmo constrói”. Sua atitudes e escolhas de hoje estão construindo a “casa” que você vai morar amanha.
Construa com sabedoria! E lembre-se: trabalhe como se você não precisasse do dinheiro. Ame como se você nunca tivesse se magoado antes. Dance como se ninguém estivesse olhando.

O rato e a ratoeira

Um rato olhando pelo buraco na parede vê o fazendeiro e sua esposa abrindo um pacote. Pensou logo em que tipo de comida poderia ter ali. Ficou aterrorizado quando descobriu que era uma ratoeira. Foi para o pátio da fazenda advertindo a todos:

“Tem uma ratoeira na casa, uma ratoeira na casa.” A galinha, que estava cacarejando e ciscando, levantou a cabeça e disse:


“Desculpe-me Sr. Rato, eu entendo que é um grande problema para o senhor, mas não me prejudica em nada, não me incomoda.” O rato foi até o porco e disse a ele:


“Tem uma ratoeira na casa, uma ratoeira.”


“Desculpe-me Sr. Rato, mas não há nada que eu possa fazer, a não ser rezar. Fique tranqüilo que o senhor será lembrado nas minhas preces.”


O rato dirigiu-se então à vaca. Ela disse:


“O que Sr. Rato? Uma ratoeira? Por acaso estou em perigo? Acho que não!”


Então o rato voltou para a casa, cabisbaixo e abatido, para encarar a ratoeira do fazendeiro. Naquela noite ouviu-se um barulho, como o de uma ratoeira pegando sua vítima. A mulher do fazendeiro correu para ver o que havia pego. No escuro, ela não viu que a ratoeira pegou a cauda de uma cobra venenosa. A cobra picou a mulher. O fazendeiro a levou imediatamente ao hospital. Ela voltou com febre. Todo mundo sabe que para alimentar alguém com febre, nada melhor que uma canja. O fazendeiro pegou seu cutelo e foi providenciar o ingrediente principal. Como a doença da mulher continuava, os amigos e vizinhos vieram visitá-la. Para alimentá-los o fazendeiro matou o porco. A mulher não melhorou e acabou morrendo. Muita gente veio para o funeral O fazendeiro então sacrificou a vaca para alimentar todo aquele povo.


Na próxima vez que você ouvir dizer que alguém está diante de um problema e acreditar que o problema não lhe diz respeito lembre-se que, quando há uma ratoeira na casa, toda a fazenda corre risco.

As três árvores

Havia, no alto da montanha, três pequenas árvores que sonhavam
com o que seriam depois de grandes...

A primeira, olhando as estrelas, disse:
- Eu quero ser o baú mais precioso do mundo, cheio de tesouros.
Para tal, até me disponho a ser cortada.

A segunda olhou para o riacho e suspirou:
- Eu quero ser um grande navio para transportar reis e rainhas.

A terceira árvore olhou o vale e disse:
- Eu quero ficar aqui no alto da montanha e crescer tanto que,
as pessoas ao olharem para mim, levantem seus olhos e pensem em Deus.

Muitos anos se passaram, e certo dia vieram três lenhadores e
cortaram as três árvores, todas muito ansiosas em serem
transformadas naquilo com que sonhavam.
Mas lenhadores não costumam ouvir e nem entender sonhos!
Que pena!

A primeira árvore acabou sendo transformada num cocho de animais,
coberto de feno.
A segunda virou um simples e pequeno barco de pesca,
carregando pessoas e peixes todos os dias.
E a terceira, mesmo sonhando em ficar no alto da montanha,
acabou cortada em altas vigas e colocada de lado em um depósito.
E todas as três se perguntavam desiludidas e tristes:
- Para que isso?

Mas, numa certa noite, cheia de luz e de estrelas, onde havia
mil melodias no ar, uma jovem mulher colocou seu neném
recém-nascido naquele cocho de animais.
E de repente, a primeira árvore percebeu que continha o
maior tesouro do mundo!

A segunda árvore, anos mais tarde, acabou transportando
um homem que acabou dormindo no barco, mas
quando a tempestade quase afundou o pequeno barco, o
homem se levantou e disse: "PAZ"!
E num relance, a segunda árvore entendeu que estava carregando
o rei dos céus e da terra.

Tempos mais tarde, numa sexta-feira, a terceira árvore espantou-se
quando suas vigas foram unidas em forma de cruz e um homem
foi pregado nela. Logo, sentiu-se horrível e cruel.
Mas logo no Domingo, o mundo vibrou de alegria e a terceira
árvore entendeu que nela havia sido pregado um homem para
salvação da humanidade, e que as pessoas sempre se lembrariam
de Deus e de seu filho Jesus Cristo ao olharem para ela.

As árvores haviam tido sonhos...
Mas as suas realizações foram mil vezes melhores e mais sábias
do que haviam imaginado.
Temos os nossos sonhos e nossos planos que, por vezes, não
coincidem com os planos que Deus tem para nós; e, quase
sempre, somos surpreendidos com a sua generosidade e misericórdia.

É importante compreendermos que tudo vem de Deus, acreditarmos,
termos fé, pois Ele sabe muito bem o que é melhor para cada
um de nós...
17 de fev. de 2011

O bom samaritano

E eis que se levantou um certo doutor da lei para o pôr á prova, com esta pergunta:
"Mestre, que hei de fazer para alcançar a vida eterna?
Respondeu-lhe Jesus: "Que está escrito na Lei? como é que lês?"
Tornou aquele:
"Amarás ao Senhor, teu Deus, de todo o teu coração.
de toda a tua alma, de todas as tua forças e de todo a tua emente;
e a teu próximo como a ti mesmo."
"Respondeste bem - disse-lhe Jesus - Faze isto e terás a vida".
Ele, porém, quis justificar-se e perguntou a Jesus: "E quem é o meu próximo?"
Ao que tomou a palavra e disse: "Descia um homem de Jerusalém a Jerico, e caiu nas mãos dos ladrões, que o despojaram, cobriram de feridas e, deixando-o meio morto, se foram embora.
Casualmente descia um sacerdote pelo mesmo caminho; viu-o - e passou para o outro lado.
Igualmente, chegou ao lugar um levita; viu-o - e passou para o outro lado.
Chegou perto dele também um Samaritano, que ia de viagem; viu-o - e moveu-se a compaixão; aproximou-se, deitou-lhe óleo e vinho nas chagas e ligou-as; em seguida, fê-lo montar em seu
jumento, conduziu-o a uma hospedaria e teve cuidado dele.
No dia seguinte, tirou dois denários e deu-os ao hospedeiro, dizendo: Tem cuidado dele, e o que gastares a mais pagar-to-ei na volta.
Qual destes três se houve como o próximo daquele que caíra nas mãos dos ladrões?"
"Aquele que lhe fez misericórdia" - respondeu o doutor.
Tornou Jesus "Vai e faze tu o mesmo".
Lucas 10 25-37

A vaquinha


Um Mestre da Sabedoria passeava por uma floresta com seu fiel discípulo quando avistou ao longe um sítio de aparência pobre e resolveu fazer uma breve visita. Durante o percurso ele falou ao aprendiz sobre a importância das visitas e as oportunidades de aprendizado que temos, também com as pessoas que mal conhecemos.
Chegando ao sítio constatou a pobreza do lugar, sem calçamento, casa de madeira, os moradores, um casal e três filhos, vestidos com roupas rasgadas e sujas, então se aproximou do senhor, aparentemente, o pai daquela família e perguntou:
- Neste lugar não há sinais de pontos de comércio e de trabalho. Como o senhor e a sua família sobrevivem aqui? E o senhor calmamente respondeu:
- Meu amigo, nós temos uma vaquinha que nos dá vários litros de leite todos os dias. Uma parte desse produto nos vendemos ou trocamos na cidade vizinha por outros gêneros de alimentos e a outra parte nós produzimos queijo, coalhada, etc. para o nosso consumo e assim vamos sobrevivendo.
O sábio agradeceu a informação, contemplou o lugar por uns momentos, depois se despediu e foi embora.
No meio do caminho, voltou ao seu fiel discípulo e ordenou:
- Aprendiz, pegue a vaquinha, leve-a ao precipício ali na frente e empurre-a, jogue-a lá em baixo.
O jovem arregalou os olhos espantado e questionou o mestre sobre o fato da vaquinha ser o único meio de sobrevivência daquela família, mas, como percebeu o silêncio absoluto do seu mestre, foi cumprir a ordem.
Assim empurrou a vaquinha morro abaixo e a viu morrer.
Aquela cena ficou marcada na memória daquele jovem durante alguns anos e um belo dia ele resolveu largar tudo o que havia aprendido e voltar naquele mesmo lugar e contar tudo aquela família, pedir perdão e ajudá-los.
Assim o fez. Quando se aproximava do local avistou um sitio muito bonito, com arvores floridas, todo murado, com carro na garagem e algumas crianças brincando no jardim.
Ficou triste e desesperado imaginando que aquela humilde família tivera que vender o sitio para sobreviver. Acelerou o passo e chegando lá, logo foi recebido por um caseiro muito simpático. Perguntou sobre a família que ali morava há uns quatro anos e o caseiro respondeu:
- Continuam morando aqui.
Espantado, ele entrou correndo na casa e viu que era mesmo a família que visitara antes com o mestre.
Elogiou o local e perguntou ao senhor (o dono da vaquinha):
- Como o senhor melhorou este sitio e esta muito bem de vida???
E o senhor entusiasmado, respondeu:
- Nós tínhamos uma vaquinha que caiu no precipício e morreu. Daí em diante, tivemos que fazer outras coisas e desenvolver habilidades que nem sabíamos que tínhamos. Assim, alcançamos o sucesso que seus olhos vislumbram agora.
 
"Todos nós temos uma vaquinha que nos dá alguma coisa básica para sobrevivência e uma convivência com a rotina. Descubra qual é a sua e a jogue no precipício. É o único modo de evoluímos."

Era uma vez

Era uma vez...
Um garoto que nasceu com uma doença que não tinha cura. Tinha 17 anos e podia morrer a qualquer momento. Sempre viveu na casa dos pais, sob o cuidado constate de sua mãe. Um dia decidiu sair sozinho e, com a permissão da mãe, caminhou pela quadra, olhando as vitrines e as pessoas que passavam. Ao passar por uma loja de discos, notou a presença de uma garota, mais ou menos da sua
idade, que parecia ser feita de ternura e beleza. Foi amor a primeira vista. Abriu a porta entrou, sem olhar para mais nada que não a sua amada. Aproximando-se timidamente, chegou ao balcão onde ela estava, quando o viu ela deu-lhe um sorriso e perguntou se podia ajuda-lo em alguma coisa.
Era o sorriso mais lindo que ele já havia vista visto, e a emoção foi tão forte que ele mal conseguiu dizer que queria comprar um CD. Pegou o primeiro que encontrou, sem nem olhar de quem era e disse: Esse aqui, quer que embrulhe para presente perguntou a garota sorrindo ainda mais e ele só mexeu com a cabeça para dizer que sim. Ela
saiu do balcão e voltou, pouco depois, com o CD muito bem embalado. Ele pegou o pacote e saiu louco de vontade de ficar por ali, admirando aquela figura divina.
Daquele dia em diante, todas as tardes voltava a loja de discos e comprava um CD qualquer. Todas as vezes a garota deixava o balcão e voltava com um embrulho cada vez mais bem feito, que ele guardava no closet, sem nem abrir.
Ele estava apaixonado, mas tinha medo de uma reação dela, e assim, por mais que ela sempre o recebesse com um sorriso doce, não tinha coragem para convida-lo para sair e conversar. Comentou sobre isso com sua mãe e ela o incentivou, muito, a chamá-la para sair. Um dia ele se encheu de
coragem e foi para a loja. Como todos os dias comprou outro CD e como sempre, ela foi embrulhá-lo. Quando ela não estava vendo, escondeu um papel com seu nome e telefone no balcão e saiu da loja correndo. No dia seguinte o telefone tocou e a mãe do jovem atendeu, era a garota perguntando por ele. A mãe desconsolada, nem perguntou quem era, começou a chorar e disse: Então você não sabe? Faleceu essa manhã. Mais tarde, a mãe entrou no quarto do filho, para olhar suas roupas e ficou muito surpresa com a quantidade de CD's , todos embrulhados. Ficou curiosa e decidiu abrir
um deles. Ao faze-lo, viu cair um pequeno pedaço de papel, onde estava escrito: Você é muito simpático, não quer me convidar para sair? Eu agradeceria. Emocionada, a mãe abriu outro CD e dele também caiu um papel que dizia o mesmo, e assim tantos quanto ela abriu trazia uma mensagem de carinho e a esperança de conhecer aquele rapaz.
Assim é a vida; não espere demais para dizer a alguém especial aquilo que você sente. Diga-o já; amanhã pode ser muito tarde.

Biscoitos

Certo dia uma moça estava à espera de seu vôo na sala de embarque de um aeroporto. Como ela deveria esperar por muitas horas resolveu comprar um livro para matar o tempo. Também comprou um pacote de biscoitos. Então ela achou uma poltrona numa parte reservada do aeroporto para que pudesse descansar e ler em paz.

Ao lado dela se sentou um homem. Quando ela pegou o primeiro biscoito, o homem  também pegou um.

Ela se sentiu indignada, mas não disse nada. Ela pensou para si:
Mas que "cara de pau".

Se eu estivesse mais disposta, lhe daria um soco no olho  para que ele nunca mais esquecesse. A cada biscoito que ela pegava, o homem também pegava um. Aquilo à deixava tão indignada que ela não conseguia reagir. Restava apenas um biscoito e ela pensou: O que será que o  "abusado" vai  fazer agora?

Então o homem dividiu o biscoito ao meio, deixando a outra metade para ela. Aquilo à deixou irada e bufando de raiva.

Ela pegou o seu livro e as suas coisas e dirigiu-se ao embarque. Quando sentou confortavelmente em seu assento, para surpresa dela o seu pacote de biscoito estava ainda intacto, dentro de sua bolsa. Ela sentiu muita vergonha, pois quem estava errada era ela, e já não havia mais tempo para pedir desculpas.

O homem dividiu os seus biscoitos sem se sentir indignado, enquanto que ela tinha ficado muito transtornada.

Moral da História:

Quantas vezes em nossa vida nós é que estamos comendo os biscoitos dos outros, e não temos a consciência disto ???!!!.
Pense com clareza. Há quem proceda de forma muito diferente da que você gostaria que fosse. Isso tira a sua calma e dá-lhe a impressão de que ninguém gosta de você. Mas raciocine claramente. Não será um desejo de receber, de satisfazer-se, de preencher a si próprio o motivo desse estado de espírito? Transforme-se. Busque mais dar do que receber. Você é capaz dessa mudança. Só podemos transformar o mundo à nossa volta mudando-nos ante a nós mesmos.

O milagre

Naquela pequena cidade as romarias começaram quando correu o boato do milagre. É sempre assim. Começa com um simples boato, mas logo o povo - sofredor, coitadinho, e pronto pra acreditar em algo capaz de minorar sua perene chateação - passa a torcer para que o boato se transforme numa realidade, para poder fazer do milagre a sua esperança.

Dizia-se que ali vivera um vigário muito piedoso, homem bom, tranquilo, amigo da gente simples, que fora em vida um misto de sacerdote, conselheiro, médico, financiador dos necessidades e até advogado dos pobres, nas suas eternas questões com os poderosos. Fora, enfim, um sacerdote na expressão do termo: fizera de sua vida um apostolado.

Um dia o vigário morreu. Ficou a saudade morando com a gente do lugar. E era em sinal de reconhecimento que conservavam o quarto onde ele vivera, tal e qual o deixara. Era um quartinho modesto, atrás da venda. Um catre (porque em histórias assim a cama do personagem chama-se catre), uma cadeira, um armário tosco, alguns livros. O quarto do vigário ficou sendo uma espécie de monumento à sua memória, já que a Prefeitura local não tinha verba para erguer sua estátua.

E foi quando um dia...ou melhor, uma noite, deu-se o milagre. No quarto dos fundos da venda, no quarto que fora do padre, na mesma hora em que o padre costumava acender uma vela para ler seu breviário, apareceu uma vela acesa.

— Milagre!!! — quiseram todos.

E milagre ficou sendo, porque uma senhora que tinha o filho doente, logo se ajelhou do lado de fora do quarto, junto à janela, e pediu pela criança. Ao chegar em casa, depois do pedido - conta-se - a senhora encontrou o filho brincando, fagueiro.

— Milagre!!! — repetiram todos.

E o griito de "Milagre!!!" reboou por sobre montes e rios, vales e florestas, indo soar no ouvido de outras gentes, de outros povoados. E logo começaram as romarias. Vinha gente de longe pedir! Chegava povo de tudo quanto é canto e ficava ali plantado, junto à janela, aguardando a luz da vela. Outros padres, coronéis, até deputados, para oficializar o milagre. E quando eram mais ou menos seis da tarde, hora em que o bondoso sacerdote costumava acender sua vela...a vela se acendia e começavam as orações. Ricos e pobres, doentes e saudáveis, homens e mulheres, civis e militares caiam de joelhos, pedindo.

Com o passar do tempo a coisa arrefeceu. Muitos foram os casos de doenças curadas, de heranças conseguidas, de triunfos os mais diversos. Mas, como tudo passa, depois de alguns anos passaram também as romarias. Foi diminuindo a fama do milagre e ficou, apenas, mais folclore na lembrança do povo.

O lugarejo não mudou nada. Continua igualzinho como era, e ainda existe, atrás da venda, o quarto que fora do padre. Passamos outro dia por lá. Entramos na venda e pedimos ao português, seu dono, que vive há muitos anos atrás do balcão, a roubar no peso, que nos servisse uma cerveja.

O português, então, berrou para um pretinho, que arrumava latas de goiabada numa prateleira:

— Ó Milagre, sirva uma cerveja ao freguês!

Achamos o nome engraçado. Qual o padrinho que pusera o nome de Milagre naquele afilhado? E o português explicou que não, que o nome do pretinho era Sebastião. Milagre era apelido.

— E por quê? - perguntamos.

— Porque era ele quem acendia a vela, no quarto do padre.


 Stanislaw Ponte Preta

Pegadas na areia

 "Uma noite eu tive um sonho...
Sonhei que estava andando na praia com o Senhor e através  do céu, passavam cenas da minha vida.
Para cada cena que passava, percebi que eram deixados dois pares de pegadas na areia: um era meu e o outro era do Senhor.
Quando a última cena passou diante de nós, olhei para trás, para as pegadas na areia e notei que muitas vezes, no caminho da minha vida, havia apenas um par de pegadas na areia.
Notei também que isso aconteceu nos momentos mais difíceis e angustiosos do meu viver. Isso me aborreceu deveras  e perguntei então ao Senhor:
- Senhor, Tu me disseste que, uma vez que resolvi te seguir, Tu andarias sempre comigo, em todo o caminho. Contudo, notei que durante as maiores atribulações do meu viver, havia apenas um par de pegadas na areia. Não compreendo porque nas horas em que eu mais necessitava de Ti, Tu me deixaste sozinho.
O Senhor me respondeu:
- Meu querido filho. Jamais eu te deixaria nas horas de provas e de sofrimento. Quando viste, na areia, apenas um par de pegadas, eram as minhas. Foi exatamente aí que eu te carreguei nos braços."

A loja de Deus

Entrei... E vi um anjo no balcão! Maravilhado perguntei: - Santo Anjo do Senhor, o que vendes nesta loja? O anjo respondeu: - Todos os dons de Deus! - Custa muito? - Não, é tudo de graça! Contemplei as prateleiras e vi jarros de amor, vidros de fé, pacotes de esperança, potes de resignação, ampolas de humildade e muito mais. 
Tomei coragem e pedi: - Por favor, Santo Anjo, quer um pouco de cada coisa desta prateleira e também o suficiente para a minha reforma íntima e para a transformação moral de todos os meus familiares. 
Com um meigo sorriso e um discreto sinal de cabeça, o Anjo confirmou o meu pedido. Em poucos minutos, preparou tudo e entregou-me um pequenino embrulho que cabia na palma da mão. Um pouco surpreso, porém maravilhado, perguntei ao Anjo: - É possível estar tudo aqui? O Anjo respondeu sorrindo: - Querido irmão, na loja de Deus NÃO vendemos frutos. Só sementes!

"Tudo na vida só depende de nós"

Para nunca mais chorar

Passava do meio-dia, o cheiro de pão quente invadia aquela rua, um sol escaldante convidava a todos para um refresco...

Ricardinho não agüentou o cheiro bom do pão e falou:
- Pai, tô com fome!

O pai, seu Agenor, sem ter um tostão no bolso, caminhando desde muito cedo em busca de um trabalho, olha com os olhos marejados para o filho, e pede mais um pouco de paciência...

- Mas pai, desde ontem não comemos nada, eu tô com muita fome, pai!

Envergonhado, triste e humilhado em seu coração de pai, seu Agenor pede para o filho aguardar na calçada enquanto entra na padaria a sua frente.

Ao entrar, dirige-se a um senhor no balcão:

- Meu Senhor, estou com meu filho de apenas 6 anos aí na porta com muita fome, não tenho nenhum tostão, pois saí cedo para buscar um emprego e nada encontrei. Eu lhe peço que, em nome de Jesus, me forneça um pão para que eu possa matar a fome desse menino. Em troca, posso varrer o chão de seu estabelecimento, lavar os pratos e copos, ou outro serviço que o Senhor precisar.

Seu Amaro, o dono da Padaria, estranha aquele homem de semblante calmo e sofrido, pedir comida em troca de trabalho e pede para que ele chame o filho.

Agenor pega o filho pela mão e apresenta-o ao seu Amaro que, imediatamente, pede que os dois sentem-se junto ao balcão, onde manda servir dois pratos de comida do famoso PF (prato feito) - arroz, feijão, bife e ovo.

Para Ricardinho, era um sonho comer após tantas horas na rua. Para Agenor, uma dor a mais, já que comer aquela comida maravilhosa fazia-o lembrar-se da esposa e mais dois filhos que ficaram em casa apenas com um punhado de fubá. Grossas lágrimas desciam dos seus olhos já na primeira garfada.

A satisfação de ver seu filho devorando aquele prato simples, como se fosse um manjar dos deuses, e a lembrança de sua pequena família em casa, foi demais para seu coração tão cansado de mais de 2 anos de desemprego, humilhações e necessidades.

Seu Amaro se aproxima de Agenor e, percebendo a sua emoção, brinca para relaxar:

- Oh, Maria, sua comida deve tá muito ruim ! Olha, o meu amigo está até chorando de tristeza desse bife, será que é sola de sapato...?

Imediatamente, Agenor sorri e diz que nunca comeu comida tão apetitosa, e que agradecia a Deus por ter esse prazer. Seu Amaro pede, então, que ele sossegue seu coração, que almoçasse em paz e depois conversariam sobre trabalho.

Mais confiante, Agenor enxuga as lágrimas e começa a almoçar, já que sua fome estava nas costas. Após o almoço, seu Amaro convida o seu Agenor para uma conversa nos fundos da padaria, onde havia um pequeno escritório.

Agenor conta então que há mais de 2 anos havia perdido o emprego e desde então, sem uma especialidade profissional, sem estudos, ele estava vivendo de pequenos "biscates" aqui e acolá, mas que há 2 meses não recebia nada. Seu Amaro resolve então, contratar o Agenor para serviços gerais na padaria e, penalizado, faz para o homem uma cesta básica com alimentos para pelo menos 15 dias.

Agenor, com lágrimas nos olhos, agradece a confiança daquele homem e marca para o dia seguinte seu início no trabalho. Ao chegar em casa com toda aquela "fartura", Agenor é um novo homem: sentia esperanças, sentia que sua vida iria tomar novo impulso....

Deus estava lhe abrindo mais do que uma porta, era toda uma esperança de dias melhores. No dia seguinte, às 5h da manhã, Agenor estava na porta da padaria, ansioso para iniciar seu novo trabalho... seu Amaro chega logo em seguida e sorri para aquele homem, que nem ele sabia porque estava ajudando.

Tinham a mesma idade, 32 anos, e histórias diferentes, mas algo dentro dele chamava-o para ajudar aquela pessoa. E ele não se enganou: durante um ano, Agenor foi o mais dedicado trabalhador daquele estabelecimento, sempre honesto e extremamente zeloso com seus deveres.

Um dia, seu Amaro chama o Agenor para uma conversa e fala da escola que abriu vagas para a alfabetização de adultos, um quarteirão acima da padaria e que ele fazia questão que Agenor fosse estudar.

Agenor até hoje não consegue esquecer o primeiro dia de aula: a mão trêmula nas primeiras letras e a emoção da primeira carta... Doze anos se passaram desde aquele primeiro dia de aula. Vamos encontrar o Dr. Agenor Baptista de Medeiros, hoje advogado, abrindo seu escritório para seu cliente e depois outro, e depois mais outro...

Ao meio dia, ele desce para um café na padaria do amigo Amaro, que fica impressionado em ver o "antigo funcionário", tão elegante em seu primeiro terno...

Mais dez anos se passam e, agora o Dr. Agenor Baptista, já conta com uma clientela que mistura os mais necessitados - que não podem pagar - e os mais abastados, que o pagam muito bem. Resolve criar uma Instituição que oferece aos desvalidos da sorte, que andam pelas ruas, pessoas desempregadas e carentes de todos os tipos, um prato de comida, diariamente, na hora do almoço.

Mais de 200 refeições são servidas diariamente naquele lugar, que é administrado por aquele seu filho, que agora é o nutricionista Ricardo Baptista. Tudo mudou, tudo passou, mas a amizade daqueles dois homens, seu Amaro e seu Agenor, impressionava a todos que conheciam um pouco da história de cada um.

Contam que aos 82 anos os dois faleceram no mesmo dia, quase que a mesma hora, morrendo placidamente com um sorriso de dever cumprido.

Ricardinho, o filho, mandou gravar na frente da "Casa do Caminho", que seu pai fundou com tanto carinho:

 
"Um dia eu tive fome e você me alimentou.
Um dia eu estava sem esperanças, e você me deu um caminho.
Um dia, acordei sozinho e você me deu Deus e, isso, não tem preço.
Que Deus habite em seu coração e alimente sua alma...
E que te sobre o pão da misericórdia para estender a quem precisar."

"Jesus eu sou o Zé"

           Todos os dias ao meio dia, um pobre velho entrava na Igreja, e poucos minutos depois, saía.
Um dia, o sacristão lhe perguntou o que fazia (pois havia objetos de valor na Igreja).
____Venho rezar - respondeu velho.
____Mas é estranho, disse o sacristão, que você consiga rezar tão depressa. Bem, retrucou o velho, eu não sei recitar aquelas orações compridas.Mas todo dia, ao meio-dia, eu entro na Igreja e só falo: "Oi, Jesus, eu sou o Zé, vim aqui para Te visitar". E num minuto já estou de saída. É só uma oraçãozinha, mas tenho certeza que Ele me houve.
          Alguns dias depois, Zé sofreu um acidente e foi internado num hospital e, na enfermaria, passou a exercer uma influência sobre todos: os doentes, mais tristes, se tornaram mais alegres, muitas risadas passaram a ser ouvidas.
____Zé, disse-lhe um dia a irmã, os outros doentes dizem que você está sempre tão alegre, é verdade?
____É verdade, estou sempre muito alegre. É por causa daquela visita que recebo todo dia. me deixa muito, muito feliz - disse-lhe o Zé.
          A irmã ficou atônita. Já tinha notado que a cadeira encostada na cama do Zé estava sempre vazia. O Zé era um velho solitário, sem ninguém.
___Que visita? A que hora? Perguntou a irmã.
____Todos os dias, respondeu o Zé -com um brilho nos olhos. Todos os dias, ao meio-dia, Ele vem e fica ao pé da cama. Quando olho pra Ele, Ele sorri e diz: "Oi, Zé, Eu sou Jesus, vim aqui para te visitar".

Aviso

Está sendo procurado.
Homem considerado galileu.
Trinta e três anos.
Pele clara e expressão triste.
Cabelos longos e barba maltratada.
Marcas sanguinolentas nas mãos e nos pés.
Caminha habitualmente acompanhados de mendigos e vagabundos, doentes e mutilados, cegos e infelizes.
Onde aparece, frequentemente é visto entre grandes quantidade de mulheres, sendo algumas de má vida, com crianças esfarrapadas.
Quase sempre está seguido por doze pescadores e marginais.
Demonstra respeito para com as autoridades, determinando que se dê a César o que é de César, mas espalha ensinamentos contrários a lei antiga, tais como: o perdão das ofensas; o amor aos inimigos; a oração em favor daqueles que nos perseguem e caluniam; distribuição indiscriminada de dádivas com os necessitados; o amparo aos enfermos, sejam eles quais forem; e chega ao cúmulo de recomendar que uma pessoa espancada numa face, ofereça a outra ao agressor.
Ainda não se sabe se é um mágico, mas testemunhas idôneas afirmam que ele multiplicou cinco pães e dois peixes em alimentação, para mais de cinco mil pessoas, tendo sobrado doze cestos.
Considerado impostor, por haver trazido pessoas mortas à vida, foi preso e espancado. Sentenciado à morte, com absoluta aprovação do próprio povo que o condenou em preferência a Barrabas, malfeitor conhecido, recebeu insultos e pedradas, sem reclamar, quando conduziu a cruz nas costas.
Não se defendeu quando questionado pela a justiça, complicando-se-lhe a situação, porque seus próprios seguidores o abandonaram nas horas difíceis. Sob afrontas e zombarias, foi crucificado entre dois ladrões. Não teve parentes que demostrassem solidariedade, a não ser sua mãe, uma frágil mulher que chorava aos pés da cruz.
Depois de morto, não se encontrou lugar para sepulta-lo, senão em um recanto de um túmulo por favor de uma amigo.
Após o terceiro dia de sepultamento, desapareceu do sepúlcro e foi visto por diversas pessoas que identificaram pelas as chagas sangrentas dos pés e nas mãos .
"Esse é homem que está sendo cuidadosamente procurado.
Seu nome é Jesus de Nazaré.
Se puderes encontra-lo, deves segui-lo para sempre".
 
Autora espiritual: Maria Dolores -  Mensagem recebida por Francisco Cândido Xavier.

A primeira só

Era linda, era filha, era única. Filha de rei. Mas de que adiantava ser princesa se não tinha com quem brincar?
Sozinha, no palácio, chorava e chorava. Não queria saber de bonecas, não queria saber de brinquedos. Queria uma amiga para gostar.
De noite o rei ouvia os soluços da filha. De que adiantava a coroa se a filha da gente chora à noite? Decidiu acabar com tanta tristeza. Chamou o vidraceiro, chamou o moldureiro. E em segredo mandou fazer o maior espelho do reino. E em silêncio mandou colocar o espelho ao pé da cama da filha que dormia.
Quando a princesa acordou, já não estava sozinha. Uma menina linda e única olhava para ela, os cabelos ainda desfeitos do sono. Rápido saltaram as duas da cama. Rápido chegaram perto e ficaram se encontrando. Uma sorriu e deu bom dia. A outra deu bom dia sorrindo.
- Engraçado – pensou uma - , a outra é canhota.
E riram as duas.
Riram muito depois. Felizes juntas, felizes iguais. A brincadeira de uma era a graça da outra. O salto de uma era o pulo da outra. E quando uma estava cansada, a outra dormia.
O rei, encantado com tanta alegria, mandou fazer brinquedos novos, que entregou à filha numa cesta. Bichos, bonecas, casinhas e uma bola de ouro. A bola no fundo da cesta. Porém tão brilhante, que foi o primeiro presente que escolheram.
Rolaram com ela no tapete, lançaram na cama atiraram para o alto. Mas quando a princesa resolveu jogá-la nas mãos da amiga, a bola estilhaçou jogo e amizade.
Uma moldura vazia, cacos de espelho no chão.
A tristeza pesou nos olhos da única filha do rei. Abaixou a cabeça para chorar. A lágrima inchou, já ia cair, quando a princesa viu o rosto que tanto amava. Não um só rosto de amiga, mas tantos rostos de tantas amigas. Não na lágrima que logo caiu mas nos cacos que cobriam o chão.
- Engraçado são canhotas – pensou.
E riram.
Riram por algum tempo depois. Era diferente brincar com tantas amigas. Agora podia escolher. Um dia escolheu uma e logo se cansou. No dia seguinte preferiu outra, e esqueceu-se dela logo em seguida. Depois outra e outra, até achar que todas eram poucas. Então pegou uma, jogou contra a parede e fez duas. Cansou das duas, pisou com o sapato e fez quatro. Não achou mais graça nas quatro, quebrou com o martelo e fez oito. Irritou-se com as oito partiu com uma pedra e fez doze.
Mas duas eram menores do que uma, quatro menores do que duas, oito menores do que quatro, doze menores do que oito.
Menores cada vez menores.
Tão menores que não cabiam em si, pedaços de amigas com as quais não se podia brincar. Um olho, um sorriso, um pedaço de si. Depois, nem isso, pó brilhante de amigas espalhado pelo chão.
Sozinha outra vez a filha do rei.
Chorava Nem sei.
Não queria saber das bonecas, não queria saber dos brinquedos.
Saiu do palácio e foi correr no jardim para cansar a tristeza.
Correu, correu, e a tristeza continuava com ela. Correu pelo bosque, correu pelo prado. Parou à beira do lago.
No reflexo da água a amiga esperava por ela.
Mas a princesa não queria mais uma única amiga, queria tantas, queria todas, aquelas que tinha tido e as novas que encontraria. Soprou na água. A amiga encrespou-se, mas continuou sendo uma.
Então a linda filha do rei atirou-se na água de braços abertos, estilhaçando o espelho em tantos cacos, tantas amigas que foram afundando com ela, sumindo nas pequenas ondas com que o lago arrumava sua superfície.

Marina Colasanti

A melhor e a pior comida do mundo

Há mais de dois mil anos, um rico mercador grego tinha um escravo chamado Esopo.
Um escravo corcunda, feio, mas de sabedoria única no mundo. Certa vez, para provar as qualidades de seu escravo, o mercador ordenou:

- Toma, Esopo. Aqui está esta sacola de moedas. Corre ao mercado. Compra lá o que houver de melhor para um banquete. A melhor comida do mundo!
- Pouco tempo depois, Esopo voltou do mercado e colocou sobre a mesa um prato coberto por fino pano de linho. O mercador levantou o paninho e ficou surpreso:
- Ah, língua? Nada como a boa língua que os pastores gregos sabem tão bem preparar. Mas por que escolheste exatamente a língua como a melhor comida do mundo?
- O escravo, de olhos baixos, explicou sua escolha.
- O que há de melhor do que a língua, senhor? A língua é que une a todos, quando falamos. Sem a língua não poderíamos nos entender. A língua é a chave das ciências, o órgão da verdade e da razão. Graças à língua é que se constroem as cidades, graças à língua podemos dizer o nosso amor. A língua é o órgão do carinho, da ternura, do amor, da compreensão. É a língua que torna eternos os versos dos grandes poetas, as idéias dos grandes escritores. Com a língua se ensina, se persuade, se instrui, se reza, se explica, se canta, se descreve, se elogia, se demonstra, se afirma. Com a língua dizemos “mãe”, “querida”e “Deus”. Com a língua, dizemos “sim”. Com a língua dizemos “eu te amo”! O que pode haver de melhor do que a língua, senhor?

- O mercador levantou-se entusiasmado:
- Muito bem, Esopo! Realmente tu me trouxeste o que há de melhor. Toma agora esta outra sacola de moedas. Vai de novo ao mercado e traze o que houver de pior, pois quero ver a tua sabedoria.
- Mais uma vez, depois de algum tempo, o escravo Esopo voltou do mercado trazendo um prato coberto por um pano. O mercador recebeu-o com um sorriso:

- Hum... já sei o que há de melhor. Vejamos agora o que há de pior...
- O mercador descobriu o prato e ficou indignado:
- O quê?! Língua? Língua outra vez? Língua? Não disseste que a língua era o que havia de melhor? Queres ser acoitado?
- Esopo encarou o mercador e respondeu:
- A língua, senhor, é o que há de pior no mundo. É a fonte de todas as intrigas, o início de todos os processos, a mãe de todas as discussões. É a língua que separa a humanidade, que divide os povos. É a língua que usam os maus políticos quando querem enganar com suas falsas promessas. É a língua que usam os vigaristas quando querem trapacear. A língua é o órgão da mentida, da discórdia, dos desentendimentos, das guerras, da exploração. É a língua que mente, que esconde, que engana, que explora, que blasfema, que vende, que seduz, que corrompe. Com a língua, dizemos “morre”e “demônio”. Com a língua dizemos “não”. Com a língua dizemos “eu te odeio”! Aí está, senhor, porque a língua é a pior e a melhor de todas as coisas!

Recado ao senhor 903

                                   Vizinho,
Quem fala aqui é o homem do 1003. Recebi outro dia, consternado, a visita do zelador, que me mostrou a carta em que o senhor reclamava contra o barulho em meu apartamento. Recebi depois a sua própria visita pessoal – devia ser meia-noite – e a sua veemente reclamação verbal. Devo dizer que estou desolado com tudo isso, e lhe dou inteira razão. O regulamento do prédio é explícito e, se não o fosse, o senhor ainda teria ao seu lado a Lei e a Polícia. Quem trabalha o dia inteiro tem direito ao repouso noturno e é impossível repousar no 903 quando há vozes, passos e músicas no 1003. Ou melhor: é impossível ao 903 dormir quando o 1003 se agita; pois como não sei o seu nome nem o senhor sabe o meu, ficamos reduzidos a ser dois números, dois números empilhados entre dezenas de outros. Eu, 1003, me limito a Leste pelo 1005, a Oeste pelo 1001, ao Sul pelo Oceano Atlântico, ao Norte pelo 1004, ao alto pelo 1103 e embaixo pelo 903 – que é o senhor. Todos esses números são comportados e silenciosos; apenas eu e o Oceano Atlântico fazemos algum ruído e funcionamos fora dos horários civis; nós dois apenas nos agitamos e bramimos ao sabor da maré, dos ventos e da lua. Prometo sinceramente adotar, depois das 22 horas, de hoje em diante, um comportamento de manso lago azul. Prometo. Quem vier à minha casa (perdão; ao meu número) será convidado a se retirar às 21 :45, e explicarei: o 903 precisa repousar das 22 às 7 pois às 8:15 deve deixar o 783 para tomar o 109 que o levará até o 527 de outra rua, onde ele trabalha na sala 305. Nossa vida, vizinho, está toda numerada; e reconheço que ela só pode ser tolerável quando um número não incomoda outro número, mas o respeita, ficando dentro dos limites de seus algarismos. Peço-lhe desculpas – e prometo silêncio.
…Mas que me seja permitido sonhar com outra vida e outro mundo, em que um homem batesse à porta do outro e dissesse: “Vizinho, são três horas da manhã e ouvi música em tua casa. Aqui estou”. E o outro respondesse: “Entra, vizinho, e come de meu pão e bebe de meu vinho. Aqui estamos todos a bailar e cantar, pois descobrimos que a vida é curta e a lua é bela”.
E o homem trouxesse sua mulher, e os dois ficassem entre os amigos e amigas do vizinho entoando canções para agradecer a Deus o brilho das estrelas e o murmúrio da brisa nas árvores, e o dom da vida, e a amizade entre os humanos, e o amor e a paz.

Rubens Braga

Ilha dos sentimentos


ERA UMA VEZ UMA ILHA... E OS HABITANTES DESTA ILHA RECEBERAM UM AVISO QUE ELA IA SER INUNDADA POR UMA TEMPESTADE GRANDE, PORÉM OS HABITANTES DESTA ILHA, ERAM DIFERENTES... NÃO ERAM PESSOAS E SIM SENTIMENTOS. LÁ MORAVAM: A RIQUEZA, A TRISTEZA, A SABEDORIA, A ALEGRIA E O AMOR.
ASSIM QUE O AMOR FICOU SABENDO QUE A ILHA IA SER DESTRUÍDA, ELE CUIDOU PARA QUE TODOS OS SENTIMENTOS SE SALVASSEM E DIZIA: CORRAM TODOS, VÃO EMBORA, SENÃO VOCÊS VÃO MORRER! PORÉM O AMOR FICOU LÁ, POIS AMAVA TANTO A ILHA QUE QUERIA FICAR MAIS UM POUQUINHO A SÓS COM "ELA".
VEIO A TEMPESTADE E O AMOR NÃO ESTAVA PREPARADO. COMEÇOU A CHOVER E O AMOR ESTAVA QUASE SE AFOGANDO. ENTÃO VEIO A TRISTEZA E O AMOR PEDIU: TRISTEZA, LEVA-ME CONTIGO. E ELA RESPONDEU: NÃO POSSO, ESTOU MUITO TRISTE, PREFIRO FICAR A SÓS.
ENTÃO VEIO A RIQUEZA E O AMOR DISSE: RIQUEZA, LEVA-ME CONTIGO. E ELA DISSE: NÃO POSSO, TU TÁ MUITO SUJO E IRIA SUJAR O MEU TESOURO.
ENTÃO VEIO A ALEGRIA E O AMOR IMPLOROU: LEVA-ME CONTIGO. E A ALEGRIA RESPONDEU: NÃO POSSO, ESTOU MUITO ALEGRE PARA FICAR ESCUTANDO OS SEUS LAMENTOS...
JÁ DESESPERADO O AMOR VIU UM BARQUINHO COM UM VELHINO E PEDIU-LHE: SENHOR, SENHOR, LEVA-ME EM TEU BARCO...
ENTÃO O VELHINHO ESTENDEU-LHE A MÃO E SEGUROU O AMOR... CHEGANDO AO ALTO DE UMA COLINA, ONDE TODOS OS SENTIMENTOS ESTAVAM REUNIDOS, O AMOR, BASTANTE CANSADO, APROXIMOU-SE DA SABEDORIA E PERGUNTOU-LHE: 
__DONA SABEDORIA, POSSO TE FAZER UMA PERGUNTA? QUEM ERA AQUELE VELHINHO QUE ME SALVOU HOJE DE MANHÃ? GOSTARIA DE AGRADECÊ-LO, POIS FOI EMBORA TÃO RÁPIDO...
ENTÃO, A SABEDORIA, RESPONDEU-LHE: MEU QUERIDO AMOR, AQUELE VELHINHO, CHAMA-SE TEMPO!
ENTÃO, O AMOR PERGUNTOU-LHE: MAS POR QUE SÓ O TEMPO QUIS ME AJUDAR?
E A SABEDORIA RESPONDEU-LHE:  

"SOMENTE O TEMPO PODE ENTENDER UM GRANDE

O coveiro

"Ele foi cavando, cavando, cavando, pois sua profissão - coveiro - era cavar. Mas, de repente, na distração do ofício que amava, percebeu que cavara demais.Tentou sair da cova e não conseguiu. Levantou o olhar para cima e viu que sozinho não conseguiria sair. Gritou. Ninguém atendeu. Gritou mais forte. Ninguém veio. Enrouqueceu de gritar, cansou de esbravejar, desistiu com a noite. Sentou-se no fundo da cova, desesperado. A noite chegou, subiu, fez-se o silêncio das horas tardias. Bateu o frio da madrugada e, na noite escura, não se ouviu um som humano, embora o cemitério estivesse cheio de pipilos e coaxares naturais dos matos. Só pouco depois da meia-noite é que vieram uns passos. Deitado no fundo da cova o coveiro gritou. Os passos se aproximaram. Uma cabeça ébria apareceu lá em cima, perguntou o que havia: "O que é que há?"

O coveiro então gritou, desesperado: "Tire-me daqui, por favor. Estou com um frio terrível!" "Mas, coitado!" - condoeu-se o bêbado - "Tem toda razão de estar com frio. Alguém tirou a terra de cima de você, meu pobre mortinho!" E, pegando a pá, encheu-a e pôs-se a cobri-lo cuidadosamente.


Moral: Nos momentos graves é preciso verificar muito bem para quem se apela."



Millôr Fernandes